Por mais que nos pareça óbvio, é sempre importante a reflexão sobre o fato de que não há educação de qualidade sem compreensão do valor e da importância da diversidade.
A diversidade independe de opinião, crenças, de um querer. A diversidade é. Está para a vida como o ar para nossos pulmões.
Imagine que você está numa praça bonita, com ruas no entorno, cheias de árvores, pessoas conversando, crianças correndo, cachorros brincando…E no meio disso tudo alguém diz que uma pessoa se perdeu. Todos pensam em procurar, mas tem um porém: os movimentos não podem ser bruscos. É que a pessoa que se perdeu não pode perceber que estão procurando por ela, caso contrário, ela pode se assustar, causando algum acidente.
Então o jeito é observar o entorno. Do ângulo que você está, consegue ver a rua. Da posição que estou, vejo o centro da praça. Um de nossos amigos sempre canta na praça e toca seu encantador violão andando entre as pessoas. Cada um de nós, de onde estamos, pautados na forma como enxergamos o mundo, baseados em nossas experiências de vida, que nos ajudam a observar coisas que talvez outras pessoas não notem, fazendo uso de nossas habilidades e competências, poderemos juntos e juntas achar a pessoa que se perdeu.
A diversidade é assim. As minhas potencialidades se constroem porque sou o que sou também em decorrência do meio que vivo. Afeto e sou afetada. Se essa diversidade que marca nossa existência é ignorada, então construímos uma hierarquia de conhecimento, de modos de aprender, e começamos a menosprezar o outro, que é diferente de nós, quando na verdade deveríamos enxergar o quanto essa diversidade é maravilhosa. Começamos então a acreditar numa falsa ideia de que é bom e normal aquilo que é homogêneo e rechaçamos o que é diverso.
Educar com base na diversidade nos evidencia o que há de mais essencialmente humano em nós: o fato de sermos únicos e, quando juntos e juntas, criamos algo poderoso.
Não há, de nenhuma forma, um meio próspero de educar sem que a diversidade esteja no centro de nossas ações.